Um ambiente de trabalho saudável de reconhecimento e valorização do colaborador é uma vitrine para empresas atraírem e reterem talentos. Muitas dessas estratégias são pensadas e colocadas em prática pelo setor de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas.
Conversamos com Cláudia Conserva, Diretora de Gente e Gestão da AsQ, sobre as mudanças nas relações de trabalho, o olhar das empresas para a valorização do colaborador, as ações da AsQ na gestão de pessoas e como o setor de RH mudou nos últimos anos.
O setor de Recursos Humanos
Cláudia, antes de falarmos do nosso tema principal que é a valorização do colaborador, a gestão de talentos, nos explique um pouco como o setor de recursos humanos mudou nesses últimos anos?
Sim, o RH mudou bastante, vem vivendo uma transformação assim como outros setores. Mas o principal fator que temos agora é a tecnologia a favor do RH, o People Analytics é uma realidade que ajuda muito a todas as outras ações da gestão de pessoas. Então quando falamos em engajar, em clima, quando eu tenho informação e dados bem estruturados, quando eu conheço o perfil de cada colaborador e portanto o perfil desse conjunto de pessoas que trabalham juntas, isso nos dá insumo para estruturar ações que sejam para esse público específico. Então essa pra mim é a grande revolução do RH.
Cláudia, como identificar um talento? Em muitas oportunidades, as empresas preferem promover seus colaboradores a contratar pessoas de fora.
”É muito comum as empresas optarem por promover os colaboradores, isso traz muitas vantagens. Primeiro que você tem uma pessoa que já está inserida nos valores e cultura da empresa. Isso também gera mais confiança, um melhor clima entre as pessoas, a equipe sente que está em um lugar que tem oportunidade de crescimento, então isso é muito saudável nas relações trabalhistas. O líder com o suporte da Gestão de Pessoas, consegue identificar aquele colaborador que já tem um potencial. Essa identificação é baseada nas entregas, no relacionamento dele com a equipe e outras áreas, na disponibilidade para aprender coisas novas e aceitar desafios.
Cláudia, a partir desse talento reconhecido qual o caminho que ele deve percorrer para desenvolver suas habilidades e novas responsabilidades ou competências?
”As pessoas são promovidas quando elas já têm 50% da capacidade de entrega do cargo acima, mas quando ele ocupar o cargo, será exigido 100%.
Agora é hora de intensificar o desenvolvimento dessas habilidades. Você deve estudar bastante e encontrar um mentor de confiança na área que já vivenciou essa experiência, além de buscar feedbacks frequentes dos seus superiores. É necessário se lançar integralmente a esse desafio. Muitas pessoas pensam que ao serem promovidas chegaram onde queriam, mas na verdade, é nesse momento que o trabalho de desenvolvimento e entrega plena no novo cargo começa. É preciso muita dedicação e, muitas vezes, um processo de coaching pode acelerar esse desenvolvimento.”
A saúde emocional do colaborador
Cláudia, como promover um espaço saudável, de escuta, e que de fato esteja atento a saúde emocional do colaborador?
A questão da saúde emocional ela nunca foi tão falada quanto agora, porque as pessoas se permitiram falar do tema. E a empresa é sim um espaço para que isso seja identificado, se a pessoa está passando por uma questão de saúde emocional ou mental. E isso só é possível se tiver espaço de escuta. A empresa que hoje tem um ambiente saudável é uma empresa onde a pessoa possa dizer que não está bem, e ter ajuda para ela poder se cuidar. E necessariamente esse problema não precisa estar relacionado ao trabalho, ela pode ter outros motivos, independente de ser causado pela empresa ou não a pessoa precisa de suporte.
O trabalho é muito importante na vida de uma pessoas, pois somos seres integrais. Essa escuta por parte da empresa, traz mais segurança e pode ajudar no processo mais rápido de cura. E o jeito de promover esse espaço saudável é a proximidade dos líderes, do RH, é a empresa ter um programa de saúde aderente com a realidade daqueles colaboradores.
Então a empresa que conversa, escuta, entende o ambiente e a atividade que a pessoa exerce. Nesse ponto o líder tem um papel fundamental, pois é a escuta ativa do líder para promover esse espaço saudável que esteja atento à saúde emocional do colaborador. Identificado o problema, a empresa precisa agir, ela pode estruturar dentro de seus programas de saúde e bem estar do colaborador várias ações.
Entre essas ações, estão as rodas de conversas, de sensibilização, a própria telemedicina apoiando através da TelePsico, que é um programa da AsQ, trazer pessoas de fora para treinamento, ginástica laboral, mindfulness, yoga, o desenho desse programa será de acordo com as possibilidades que a empresa possa promover.
Valorização do colaborador nas ações da AsQ
Cláudia, para atrair ou reter talentos, muitas empresas buscam participar de inciativas globais de reconhecimento, como os ODS, ISOS e mais recentemente o GPTW. O Great Place to Work é uma consultoria global que apoia organizações a obterem melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação. A AsQ detém o selo GPTW e participa dos ODS. Como você entende a importância dessas iniciativas e qual a avaliação você faz sobre o impacto desses movimentos no ambiente de trabalho?
A AsQ está entre as melhores empresas para se trabalhar em Santa Catarina, e somos certificados GPTW com uma nota muito boa. Esse é um reconhecimento externo, o fato da GPTW que é uma empresa que tem essa habilidade e expertise de identificar as empresas que são saudáveis para seus colaboradores, isso chancela as nossas ações e a nossa forma de atuar. E mostra a nossa valorização do colaborador.
O impacto disso no ambiente de trabalho é exatamente desse orgulho de pertencimento. Uma vez que eu sei que a empresa que eu trabalho tem um selo GPTW, os colaboradores se sentem em um lugar de credibilidade e confiança nas ações que a empresa faz. O pensamento do colaborador é que, a AsQ cuida da sua saúde, do seu bem-estar, que ele tem um plano de carreira, é uma empresa onde o funcionário quer permanecer mais tempo.
Os ODS eu vejo como um compromisso da empresa em relação a um mundo melhor. A AsQ é associada à ODS Santa Catarina, sendo um apoiador oficial. Isso mostra a preocupação da AsQ como uma empresa que cuida do meio ambiente e se preocupa com as pessoas. A AsQ jamais vai fazer uma ação que possa trazer um prejuízo para a sociedade, e ser um apoiador da ODS é uma garantia disso. Somos também associados ao Instituto Ethos.”
Os fatores de valorização do colaborador
Cláudia, além disso, o que você acredita que são fatores de valorização do colaborador? Feedback bem estruturado? Benefícios? Estímulo ao aprendizado? Relação de Confiança?
Sim, todos esses fatores contribuem para a valorização do colaborador. Quando o líder dá um feedback bem estruturado, ele está dando a oportunidade do colaborador entender o que a empresa espera dele. Então ele tem um guia sobre o que é bom ele continuar fazendo e sobre o que ele precisa melhorar.
A AsQ oferece o auxílio educação, pagando 50% dos cursos de graduação, pós-graduação e mestrado como um incentivo para que as pessoas estudem. Além disso, a preocupação da empresa é criar um ambiente de aprendizado. Por exemplo, nas reuniões entre as diversas áreas, os colaboradores têm a oportunidade de aprender e contribuir com novas ideias. Da mesma forma, na equipe de trabalho, é possível construir novos processos ou sugerir melhorias.
A gente instiga para que as pessoas façam isso, pois precisamos da contribuição de todos. As relações de confiança geram uma tranquilidade, a possibilidade de errar, de inovar, de fazer diferente. Tudo isso faz com que as pessoas se sintam mais valorizadas nesse ambiente.