APS na saúde suplementar e seus principais desafios

APS na saúde suplementar e seus principais desafios

APS na saúde suplementar e seus principais desafios

A APS na Saúde Suplementar, ou Atenção Primária à Saúde, tem muitos desafios de implantação e execução.

Segundo, artigo publicado em 2020 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, o conceito de APS na Saúde Suplementar é uma forma de organização da atenção à saúde mais eficiente e equitativa. Portanto, as Operadoras devem oferecer preferencialmente aos seus beneficiários. E seus  principais problemas são:

  • Necessidade de estruturação e organização dos serviços oferecidos para atingir um cuidado integral e coordenado;
  • Serviços de Saúde estão orientados para atendimento de casos agudos;
  • Ausência de médicos de referência;
  • Emergência de hospitais como porta de entrada para o sistema de saúde.

O texto propõe objetivos gerais e específicos, além de orientações do Programa de Certificação de Boas Práticas em APS.

APS na saúde suplementar

Robert Janett – Professor da Harvard Medical School e Médico Consultor em Atenção Primária nos EUA, América Latina e Ásia, participou do Webinar APS na Saúde Suplementar. Robert também atua em uma clínica na cidade de Boston e tem grande experiência prática e conhecimentos teóricos sobre Atenção Primária à Saúde. O evento contou com a mediação do nosso CEO, André Machado Júnior.

O professor ressaltou que mesmo sendo um tema discutido há muito tempo, a APS na saúde suplementar, tem ganhado destaque e passado por algumas mudanças somente nos últimos quinze anos. O convidado explicou que a implantação do método de atendimento da Atenção Primária impõe algumas dificuldades. Mas, quando há uma coordenação do cuidado que cumpre todos os requisitos, evitando brechas, acolhendo, orientando, rastreando doenças crônicas e engajando o paciente, se constrói uma APS forte.

Também em entrevista para o site do Ministério da Saúde, o professor Robert Janett, detalhou os pontos que podem ser identificados e corrigidos para a implantação das APS. No caso das equipes, ele acredita na coordenação e respeito entre os profissionais:

“Estou falando de grupos de profissionais que trabalham juntos e com muito respeito; uma equipe multidisciplinar em que o médico é um membro importante, mas não é o centro do universo. Essa equipe tem informação alimentada com relatórios e informações disponíveis no momento do atendimento ao paciente, checklists para identificar as lacunas e fechar essas brechas de atendimento no momento em que ele está cara a cara na unidade e também com os registros dos pacientes.  Essa é a chave do sucesso: motivar o paciente que não busca nosso serviço a buscar os serviços necessários”

Para o professor, a informação e comunicação integrada ainda é uma lacuna que dificulta o sistema, um ponto a ser superado com investimento, tempo e capital humano:

“Isso é o sonho, a situação ideal. Em nossa rede em Cambridge (Massachusetts-EUA), realizamos esse sonho, mas com muito investimento de dinheiro, tempo e capital humano. É bom sonhar, mas não devemos esperar realizar o sonho para começar o trabalho, porque esse sonho pode levar décadas, e o sofrimento da população brasileira é hoje e não devemos esperar essas ferramentas perfeitas para começar o trabalho essencial de acompanhar esses pacientes doentes, com sofrimento e com custos extremamente altos.”

O nosso convidado falou sobre como medir o sucesso de uma APS:

“Temos vários indicadores de sucesso da APS. O indicador principal é a satisfação do usuário: se a população-alvo está feliz com o serviço da unidade de saúde, não só com uma coisa, mas com a unidade como um todo. Por exemplo, se o médico é bom e o recepcionista é desagradável, a experiência do usuário é ruim. Todo mundo tem que colaborar para dar ao paciente uma boa experiência no serviço de saúde, esse é o indicador número um. Nós temos vários indicadores essenciais para uma APS boa. Primeiro é a resolutividade: que porção dos problemas que chegaram às portas da unidade são solucionados lá, no mesmo lugar.”

Além disso, ele destacou o desempenho e resultados através dos pacientes que têm doenças crônicas controladas. 

“Que porção dos hipertensos estão controlados? Que porção dos pacientes com diabetes tem controle de glicemia? Quantas crianças receberam um programa total das vacinas ou outros serviços preventivos? Esses são indicadores extremamente comuns em nível internacional e extremamente importantes para mostrar a efetividade dos sistemas de saúde populacional nessas unidades de saúde. Atualmente usamos frequentemente entre 30 e 60 indicadores em APS no dia a dia, mas esses são os mais comuns.”

O Dr. Robert, traz um ponto crucial para o sucesso de uma APS na Saúde Suplementar ou rede pública, a disponibilidade.

“Se você precisar consultar hoje, terá atendimento? Ou a única vaga é em duas, três semanas? Porque se o atendimento não estiver disponível, o paciente vai para outro lugar. Talvez vá para o pronto atendimento, talvez ao pronto-socorro ou diretamente para o especialista, e o resultado disso é mais fragmentação. São necessários atendimentos disponíveis no mesmo dia, como horas expandidas, cedo da manhã, à noite e fins de semana, horários em que os pacientes pobres estão disponíveis. Porque entre as 9h e 18h do dia, de segunda a sexta-feira, a população está no trabalho e não está disponível. O pronto-socorro fica lotado com casos que não são emergências: é um efeito colateral da falta de acesso às APS, onde muitos desses atendimentos devem ser feitos.” finalizou o Dr. Robert Janett. 

A AsQ promove a Atenção Primária à Saúde através de suas clínicas em parceria com os clientes, que geram mais de 97% de resolutividade. 

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